15/05/13

3.º Painel – Os ranchos de trabalho


Grupo de mulheres com enormes sacos que continham o avio para as semanas de trabalho e homens com os alforges ao ombro, amotinavam-se no centro da Glória, e partiam a pé para os campos dos grandes proprietários agrícolas, que ficavam localizados na lezíria de Vila Franca de Xira, Almeirim, Foros de Benfica, entre outros locais.

A aldeia nesta altura ficava com uma aparência estranha de quase abandono, apenas ficavam os idosos já gastos para o trabalho, crianças de terna idade que ainda não tinham idade nem corpo para trabalharem, e os cingeleiros que constituíam uma classe à parte, com as suas juntas de bois trabalhavam para si.

Durante a sua estadia fora da terra ficavam alojados num quartel para trabalharem do nascer ao pôr-do-sol. A grande exigência dos ranchos da Glória era terem um quartel separado dos outros ranchos.

Quando ficavam nos campos, o único contacto que tinham com a Glória do Ribatejo, era feito por mantieiras. Eram mulheres destacadas para virem à Glória, cuja missão consistia em entregar a “jorna” aos familiares e “aviar o farnel” para levar. Na volta levavam também notícias dos familiares e uma ou outra novidade que tinham ocorrido na sua ausência.



                                          Rancho do Ti Xandrão
Rancho do Lopes e Lima

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