Grupo de mulheres com enormes sacos que continham o avio
para as semanas de trabalho e homens com os alforges ao ombro, amotinavam-se no
centro da Glória, e partiam a pé para os campos dos grandes proprietários
agrícolas, que ficavam localizados na lezíria de Vila Franca de Xira, Almeirim,
Foros de Benfica, entre outros locais.
A aldeia nesta altura ficava com
uma aparência estranha de quase abandono, apenas ficavam os idosos já gastos
para o trabalho, crianças de terna idade que ainda não tinham idade nem corpo
para trabalharem, e os cingeleiros que constituíam uma classe à parte, com as
suas juntas de bois trabalhavam para si.
Durante a sua estadia
fora da terra ficavam alojados num quartel para trabalharem do nascer ao
pôr-do-sol. A grande exigência dos ranchos da Glória era terem um quartel
separado dos outros ranchos.
Quando ficavam nos
campos, o único contacto que tinham com a Glória do Ribatejo, era feito por
mantieiras. Eram mulheres destacadas para virem à Glória, cuja missão consistia
em entregar a “jorna” aos familiares e “aviar o farnel” para levar. Na volta levavam
também notícias dos familiares e uma ou outra novidade que tinham ocorrido na
sua ausência.
Rancho do Ti Xandrão
Rancho do Lopes e Lima
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